A dois passos do paraíso?! Não! Itacaré é o próprio paraíso

Itacaré
Vista aérea de Itacaré. Foto: Elton Andrade

Em março de 2019 estive em Itacaré. Essa cidade localizada na Costa do Cacau, na Bahia, com menos de 30.000 habitantes, me surpreendeu positivamente. Vários dos moradores não são nativos, mas pessoas de outros estados do Brasil  – e até do exterior! – que foram pra lá, se apaixonaram pela cidade e ficaram. Fácil de entender.

Em Itacaré, você se sente à vontade de imediato. Os moradores são extremamente hospitaleiros, receptivos e quem está por lá entra no clima. É muito fácil fazer amizades ou, pelo menos, achar com quem jogar conversa fora. Para as mulheres que não façam questão, a maquiagem pode ficar no estojo. O saltinho, no armário. Bermuda e chinelo são bem-vindos a qualquer hora. 

Meu voo foi Brasília-Ilhéus. Contratei um serviço de transfer compartilhado que me levaria de Ilhéus para Itacaré. O motorista que deveria ir me buscar teve um contratempo e pediu para que um colega fosse em seu lugar. Tive tanta sorte que, além de o traslado ter sido individual, Marcos, o rapaz que me levou pelos 70 km que distanciam as duas cidade, mostrou-se ótima companhia. Fomos batendo papo a viagem toda. Marcos tem por hábito fazer três paradas para foto no trajeto. A primeira é na Praia do Cristo, em Ilhéus. A segunda é na Cabana da Empada, no km 28 da rodovia Ilhéus-Itacaré, onde provei uma empada de camarão divina! A terceira é no mirante da praia Pé de Serra, em Serra Grande.  

Serra Grande
Praia Pé de Serra (Serra Grande). Foto: itacaré.com

Fiquei hospedada na Pousada Bambu, a 30 metros da Praia da Concha e a 400 metros da rua Pituba, a mais agitada da cidade. Desde o primeiro momento, senti-me bem acolhida. Marcele, a recepcionista, me mostrou o mapa da cidade, me sugeriu passeios, me levou até o quarto. A pousada é muito aconchegante. No café-da-manhã, há frutas, sucos, pães, bolos, etc. Exceto os pães, tudo é preparado lá mesmo. Todos os dias eu pedia tapioca de queijo com manteiga. Uma delícia! À tarde, a partir das quatro até às oito, eles também servem café, chá e bolo. É um bom momento para socializar com os demais hóspedes. 

Primeiro dia. Como cheguei por volta das três da tarde, fui direto à Praia da Concha, que fica bem próxima à Pousada Bambu e tem ótima infraestrutura turística. Há várias cabanas à beira-mar que servem bebidas e comidas típicas. A água é calma e convidativa. Lá se praticam esportes náuticos como caiaque e stand up paddle (SUP). Aproveitei para ver o pôr-do-sol na Ponta do Xaréu, no canto esquerdo da praia. 

Mais tarde, fui à agitada Pituba, rua principal, onde há vários bares e restaurantes. Jantei no Aqua. Pedi peixe com legumes. Os legumes estavam maravilhosos, o peixe nem tanto. Mas do que gostei mesmo foi da sobremesa, um pavê de cupuaçu com cacau! Minha parada final foi no Favela Coffee Shop, lugar descolado, bom para tomar coquetel de frutas. Foi o que fiz. 

Praia da Concha
Praia da Concha. Foto: Andréa Milhomem

Segundo dia. Fui conhecer as praias próximas à cidade: Resende, Tiririca, Costa e Ribeira. Da pousada para a Praia do Resende foram 20 minutos de caminhada. O visual ao chegar é incrível! De lá, segui para a Praia da Tiririca, considerada o “point” dos surfistas. Em seguida, fui à Praia da Costa, pequena praia com muitos coqueiros, mas sem infraestrutura. Depois, segui para a Praia da Ribeira, que é cercada pela Mata Atlântica. Nela há várias cabanas que servem comidas e bebidas. Um dos atrativos é o riacho do Rio da Ribeira. Nessa praia, praticam-se arvorismo e tirolesa. Meu maior objetivo ao chegar ali era pegar a trilha que me levaria para a Prainha. 

Praia da Tiririca 4
Praia da Tiririca. Foto: Andréa Milhomem

A caminhada para a Prainha foi de uns 50 minutos, mas valeu a pena. A praia é tranquila e você se vê envolvido pelos quatro elementos: mar, brisa, areia e… calor! Encontrei um lugar maravilhoso à sombra e lá fiquei por umas duas horas. Minha única obrigação: respirar! Ao retornar, nem me preocupei com a longa caminhada. A paisagem da Mata Atlântica, do mar e das praias dá a energia necessária para seguir adiante. Tive a sorte de ter a companhia de um rapaz que também estava voltando para a cidade. Wanabe (acho que é esse o nome dele!) dá aula de stand up paddel e caiaque na Praia da Concha. À noite, embora eu já conhecesse a creperia Tio Gu de Brasília, quis experimentar a de Itacaré. Comi um delicioso crepe de camarão.

Trilha para Prainha 3
Trilha para a Prainha. Foto: Andréa Milhomem

Terceiro dia. Fui com um grupo a uma trilha guiada, de mais ou menos 40 minutos, que incluía a Cachoeira da Usina. Pela primeira vez, entrei em uma cachoeira que a água é quentinha! Vale a pena! Durante a trilha, comemos jaca colhida do pé pelo nosso guia e cruzamos um manguezal para chegar à Praia de Jeribucaçu. O guia nos sugeriu que fôssemos também à Praia da Arruda. Linda! Antes de voltarmos para a cidade, fizemos uma parada no Café com Cacau, onde experimentei o café com cacau e comi bolo de cacau.  Estavam muito gostosos! Depois de um dia cansativo, fui jantar no recomendado restaurante Jiló. Comi badejo com purê de banana-da-terra. Ma-ra-vi-lho-so!

Praia da Arruda 3
Praia da Arruda. Foto: Andréa Milhomem

Quarto dia. Fiz o passeio “trilha das quatro praias de Itacaré”. Começamos pela Praia de Itacarezinho. Na estrada que leva à praia, há um mirante com uma vista de tirar o fôlego. Ao contrário do que se pode imaginar pelo nome, a praia tem 3,5 km de extensão. Dei um mergulho e tirei o sal do corpo na cascata natural de água doce, localizada na ponta norte da praia. De lá fomos à Praia da Camboinha (ou Gamboa, como é mais conhecida pelos locais) e ficamos encantados. A praia, que estava deserta, nada mais é do que uma enseada cercada de coqueiros. 

Itacarezinho
Praia de Itacarezinho. Foto: Andréa Milhomem

Seguimos para a Praia de Havaizinho, onde ficamos uma hora. Lá há cabanas rústicas que servem comidas e bebidas. Depois fomos para a Engenhoca, onde também ficamos uma hora. Nessa praia havia muitos aprendizes de surf. Nosso destino final era a Cachoeira do Tijuípe, onde há boa infraestrutura, inclusive com restaurante. Paga-se a entrada. Quem está com guia, tem um pequeno desconto. A cachoeira é uma delícia! Dependendo de onde conseguir se posicionar, a sensação é a de que está recebendo uma hidromassagem. A comida do restaurante não é grande coisa.

À noite, jantei no Marley’s. Amei tudo, comida, atendimento, a cerveja artesanal, o ambiente. 

Havaizinho
Praia de Havaizinho. Foto: Elton Andrade

Quinto dia. Seguindo a sugestão da Cris, a dona da Pousada Bambu, fui fazer rafting no Rio das Contas. Gostei muito da experiência. Para mim, foi uma superação, porque, além do rafting, saltei de uma pedra e fiz tirolesa. Tanto o guia do passeio, Nilton (ou Charada, como é conhecido), quanto o Juarez, o guia do rafting, foram excepcionais. Tenho que tirar o chapéu para o profissionalismo deles.

Ao final do passeio, almocei com o Nilton no Café com Cacau. Se eu já tinha ficado encantada com o café e o bolo do outro dia, saí ainda mais deslumbrada com o bobó de camarão com farofa de banana-da-terra. 

Nessa noite jantei no Coco Pimenta Gastrobar. Nada demais! A parte boa foram as companhias: Cris e um casal de São Paulo que conheci no dia anterior. 

Ativa Rafting
Rafting no Rio das Contas. Foto: Andréa Milhomem

Sexto dia. Voltei à Praia da Camboinha com o casal de São Paulo que conheci no passeio às quatro praias. Como ficamos frustrados por não termos tido tempo para aproveitar melhor esse pequeno paraíso, decidimos ir novamente. Passamos um bom tempo dentro d’água, batendo papo.

Gamboa
Praia Camboinha. Foto: Andréa Mihomem

Almoçamos no Cabana Ariramba, na Praia da Concha. Comemos camarão servido no coco, com farofa de banana e arroz de manga. Deu água na boca? Não é pra menos! É bom mesmo. Pedi uma caipirinha de seriguela. Também estava deliciosa. À noite, fui jantar no restaurante Manga Rosa com um casal que conheci no passeio a Jeribucaçu. 

Sétimo e última dia. Acordei cedo para curtir a Praia da Concha. Fiquei um tempão dentro d’água, simplesmente aproveitando o momento. 

Itacaré me deixou saudades. Essa vila me fez lembrar o quanto a vida é simples. 

Contatos dos prestadores de serviços:

Marcos: trabalha para a empresa Paraíso Baiano. Contato: 73 99953-7940

Pousada Bambu: www.pousadabambu.com.br reservas@pousadabambu.com.br 

BrazilTripTour: www.braziltriptour.com brazil.triptour@hotmail.com 

Café Cacau (km 7, Rod. Ilhéus – Itacaré). 

Bahia Turismo https://www.itacarebahiaturismo.com/

 

bandeirasA  few steps away from paradise?! No! Itacaré is paradise itself

Praia da Tiririca 5
Tiririca Beach. Photo: Andréa Milhomem

I went to Itacaré in March 2019. This city on the Cocoa Coast in Bahia, with less than 30,000 inhabitants, was a delightful surprise. A lot of the residents are not native, but from other states of Brazil – and even from abroad! They went there, fell in love with the city and stayed. It is easy to figure out why.

In Itacaré, you feel comfortable right away. The residents are extremely hospitable and receptive. It’s easy to make friends or at least find someone to chat with. Good news for women: there’s no need to use makeup and you can say bye to heels. Slippers are welcome anytime.

I took a flight from Brasilia to Ilhéus. I hired a shared transfer that would take me from Ilhéus to Itacaré. The driver who was supposed to pick me up had a setback and asked a colleague to go instead. I was lucky because, besides the transfer happened to be individual, it was nice spending time with Marcos, the man who took me for the 70 km between the two cities. We talked throughout the whole trip. Marcos has a habit of making stops for three photos on the way. The first stop was at Cristo Beach, in Ilhéus. The second stop was at Cabana da Empada, at km 28 of the Ilhéus-Itacaré highway, where I tasted a divine Brazilian shrimp patty! The third stop was in the lookout of Pé da Serra Beach.

empada
Empada (patty). Photo: Cabana da Empada

I stayed at Pousada Bambu, 30 meters from Concha Beach and 400 meters from Pituba Street, the busiest in town. I felt welcomed since the beginning. Marcele, the receptionist, showed me the city map, suggested tours, and guided me to my room. The hotel is very cozy. You can have a variety of fruits, juices, breads, cakes, etc for breakfast. Apart from bread, everything is prepared there. Everyday I ordered tapioca with cheese and butter. Tapioca is a starch extracted from the storage roots of the cassava plant. It is very good! From 4pm to 8pm, they also serve coffee, tea and cake. This is a good time to socialize with the other guests.

Pousada Bambu
Pousada Bambu. Photo: Andréa Milhomem

First day. As I arrived around 3pm, I went straight to Concha Beach, which is very close to Pousada Bambu. There are plenty of places to stay and some excellent  places to eat and drink. The water is calm, warm and inviting. Water sports such as kayaking and stand up paddle are practiced there. I took the opportunity to watch the sunset at Ponta do Xaréu, in the left corner of the beach. Later I went to the bustling Pituba Street (the main one), where there are several bars and restaurants. I had dinner at Aqua. I ordered fish with vegetables. The vegetables were wonderful, the fish not so much. But what I really liked was the yummy dessert. The principal ingredients were the typical fruit cupuaçu and cocoa. My final stop was at Favela Coffee Shop, a cool place for a drink.

pituba_calcadao_1004x325
Pituba Street. Photo: itacaré.com

Second day. I went to the beaches near the city: Resende, Tiririca, Costa and Ribeira. From the hotel to Resende Beach it was a 20 minute walk. The view of the beach was amazing! From there, I went to Tiririca Beach, considered a surfers spot location. After I went to Costa Beach, a small beach with many coconut trees, but without infrastructure. Then I went to Ribeira Beach, which is surrounded by the Atlantic Forest. There are several restaurants. One of the attractions is the stream of Ribeira River. On this beach you can practice tree climbing and zip-lining. But my goal when I got there was to take the trail that would lead me to Prainha Beach.

DSC_4890
Costa Beach. Photo: Andréa Milhomem

The walk was about 50 minutes, but it was worth it. The beach is quiet and you are surrounded by four elements: sea, breeze, sand and… heat! I found a wonderful place in the shade and stayed there for a couple of hours. My only obligation: to breathe! When I decided to leave, for a second I worried about the long walk, but the landscape of the Atlantic Forest, the sea, the beaches gave me the energy to move on. I was lucky to have the company of a guy who was also returning to the city. Wanabe (I think that was his name) teaches stand up paddle and kayaking lessons at Concha Beach. At night, although I already knew Tio Gu Creperie from Brasilia, I wanted to try their crepes in Itacaré. I do not regret it. I ate a delicious shrimp crepe.

Praia do Resende
Resende Beach. Photo: Andréa Milhomem

Third day. I took a tour that went through the Usina Waterfall and crossed a mangrove swamp until we reached Jeribucaçu Beach. The trail took around 40 minutes. It was worth taking a bath in the Usina Waterfall. For the first time I plunged into a waterfall that the water was warm! Besides, we ate jackfruit that our guide picked straight from the tree! When we arrived in Jeribucaçu, the guide suggested that we also went to the beautiful Arruda Beach. Before we reached the city, we stopped at Café com Cacau, where I had coffee with cocoa and cocoa cake. An almost divine experience! After such a tiring day, I had dinner at the recommended Jiló Restaurant. I ate whiting with plantain puree. It was a delicious dinner!

aerea_jeribucacu
Jeribucaçu Beach. Photo: itacaré.com

Fourth day. I took the four beaches tour. We started at Itacarezinho Beach. On the road that leads to the beach, there is a lookout point that provides a breathtaking view. The beach is 3.5 km long. From there we passed by the lovely Camboinha Beach (or Gamboa, as it is better known by the locals). The beach, which was deserted, is nothing more than a cove surrounded by coconut trees. Then we went to Havaizinho Beach, where we stayed for an hour. There are some rustic restaurants. Later on we went to Engenhoca Beach, where we also stayed for an hour. On this beach there were many surf apprentices. Our final destination was the Tijuípe Waterfall, where we had lunch. There’s a small fee to access this place. Those with a guide have a small discount. The waterfall is wonderful! Depending on where you position yourself, it feels like you’re getting a whirlpool. The restaurant is no big deal. At night I had dinner at Marley’s. I loved everything: food, service, the craft beer, the atmosphere.

Tijuípe
Tijuípe Waterfall. Photo: Andréa Milhomem

Fifth day. Following the suggestion of Cris, the owner of Pousada Bambu, I went rafting at Contas River.  It was a personal overcoming experience that I really enjoyed, because, besides the rafting, I jumped off a rock and did zip-lining. Both Nilton, the guide who took me on the tour, and Juarez, the rafting guide, were very  professional. Nilton had lunch with me at the restaurant Café com Cacau. If I had enjoyed the cocoa coffee and cake I had the other day, I was even more delighted by the typical food I chose for lunch. That night I had dinner at Coco Pimenta. There is nothing special about this place. The good part was having the company of Cris and a couple from Sao Paulo I met the day before.

Rafting
Rafting at Contas River. Photo: Andréa Milhomem

Sixth day. On the eve of my departure, I returned to Camboinha Beach with the couple from São Paulo. On the four beaches tour we were frustrated that we did not fully enjoy this little paradise. So we fulfilled the desire and spent a good time chatting in the water. We had lunch at Ariramba Restaurant, at Concha Beach. We ate really good shrimp served in coconut, with banana farofa and mango rice. I ordered a siriguela caipirinha. It was delicious too.  In the evening I had dinner at Manga Rosa Restaurant.

Camarão no coco
Shrimp served at coconut.

Seventh day. On my last day in Itacaré, I woke up early to go to Concha Beach. I spent a long time in the water just enjoying the moment. I went to the airport in a shared transfer which, again, turned out to be individual. 

I’m gonna miss this place. This village reminded me of how simple life is.

Contacts of service providers:

Marcos: (73) 99953-7940

Pousada Bambu: www.pousadabambu.com.br reservas@pousadabambu.com.br 

BrazilTripTour: www.braziltriptour.com brazil.triptour@hotmail.com 

Café Cacau (km 7, Rod. Ilhéus – Itacaré). 

Bahia Turismo https://www.itacarebahiaturismo.com/

This article had the valuable collaboration of Thais Pinheiro.

 

espanhaA un paso del paraíso? ¡No! Itacaré es el paraíso 

Prainha Mario Nogueira
Prainha. Foto: Mario Nogueira

En marzo de 2019 estuve en Itacaré. Esta ciudad ubicada en la Costa del Cacao en Bahía, de menos de 30.000 habitantes, me sorprendió positivamente. Muchos de los residentes no son nativos, sino personas de otros estados de Brasil, ¡e incluso del extranjero! – llegaron allí, se enamoraron de la ciudad y se quedaron. Fácil de entender.

En Itacaré, te sientes cómodo de inmediato. Los residentes son extremadamente hospitalarios, receptivos y los visitantes nos contagiamos de su entusiasmo. Es muy fácil hacer amigos o al menos encontrar a alguien con quien charlar. Las mujeres pueden dejar el maquillaje en el estuche y los tacones en el armario. Bermudas, chanclas y zapatillas son bienvenidas en cualquier momento.

itacare-bahia-brasil-e1427308456955
Itacaré

Mi vuelo salió de Brasilia hacia Ilhéus. Contraté un servicio de traslado compartido para llevarme de Ilhéus a Itacaré. El conductor que debía recogerme tuvo un contratiempo y le pidió a un colega que lo hiciera por él. Al final me vino muy bien pues el traslado fue individual, además Marcos, el chico que me llevó a través de los 70 km que separan las dos ciudades, demostró ser una gran compañía. Charlamos durante todo el viaje.

Marcos tiene la costumbre de hacer tres paradas en el camino para sacar fotos. La primera fue en la playa del Cristo en Ilhéus. La segunda fue en la Cabaña de la Empanada (Cabana da Empada), en el km 28 de la carretera Ilhéus-Itacaré, ¡donde probé una empanada de camarones divina! La tercera fue en un mirador en la playa Pie de la Sierra.

Me alojé en la Pousada Bambu, a 30 metros de la playa de la Concha y a 400 metros de la calle Pituba, la más concurrida de la ciudad. Desde el primer momento, me sentí bienvenida. Marcele, la recepcionista, me enseñó el mapa de la ciudad, me sugirió recorridos, me condujo a mi habitación. El hotel es muy acogedor. En el desayuno hay fruta, zumos, panes, pasteles, etc. Excepto los panes, todo se prepara allí. Además se puede solicitar a la cocina que te prepare tortillas francesas o tapioca (hidrato de carbono que se extrae de lo que es la yuca. Si no la conoces tienes que probarla). Todos los días pedí tapioca con queso y mantequilla. ¡Una delicia! Entre las cuatro y las ocho de la tarde, te puedes servir café, té y pasteles. Este es un buen momento para socializar con los demás huéspedes.

Tapioca
Tapioca de queso. Foto: Tapioteca

Primer día. Nada más llegar, alrededor de las tres de la tarde, fui directamente a la playa de la Concha, que está muy cerca de la Pousada Bambu y tiene buena infraestructura turística. Hay varias cabañas frente al mar en las que se sirven bebidas y alimentos típicos. El agua del mar es tibia y tranquila. Allí se practican deportes acuáticos como kayak y stand up paddle. Aproveché la oportunidad para ver el atardecer en la Ponta do Xaréu, en la esquina izquierda de la playa. Más tarde fui a la bulliciosa Pituba, la calle principal, donde hay varios bares y restaurantes. Cené en el restaurante Aqua. Pedí pescado con verduras. Las verduras estaban riquísimas, el pescado un poco soso. Pero lo que realmente me gustó fue el postre, a base de cupuaçu (fruto típico del Norte de Brasil) y cacao, ¡para chuparse los dedos! Mi última parada fue en el moderno Favela Coffee Shop para tomar una copa.

Cabana Ariramba
Playa de la Concha. Foto: Cabaña Ariramba

Segundo día. Fui a conocer las playas cercanas a la ciudad: Resende, Tiririca, Costa y Ribeira. Desde el hotel hasta la playa de Resende tardé 20 minutos. Nada más llegar fascinan las vistas. Desde allí, fui a la playa de Tiririca, uno de los lugares más populares para practicar surf en Itacaré. Luego fui a la Playa de la Costa, una pequeña playa con muchos cocoteros, pero sin infraestructura. Luego fui a la playa de Ribeira, que está rodeada por la mata atlántica. Hay varias cabañas donde sirven comida y bebidas. Una de las atracciones es el río que pasa por allí. Además en esa playa se puede practicar árbol de escalada y tirolesa. Pero mi objetivo era simplemente recorrer el camino que me llevaría a la playa conocida como Prainha.

Praia da Ribeira
Playa de Ribeira. Foto: Andréa Milhomem

La caminata a Prainha fue de aproximadamente 50 minutos. La playa es tranquila y te ves rodeado de los cuatro elementos: el mar, la brisa, la arena y … ¡calor! Menos mal que encontré un lugar maravilloso a la sombra y me quedé allí un par de horas. Mi única obligación: ¡respirar! Al prepararme para regresar, ni siquiera me preocupé por el largo camino que tenía que recorrer otra vez. El paisaje de la mata atlántica, el mar, las playas me llenaron de energía para seguir adelante. Tuve la suerte de tener la compañía de un chico que también regresaba a la ciudad. Wanabe (¡creo que ese era su nombre!) enseña clases de stand up paddle y kayak en la playa de la Concha. Por la noche, aunque ya conocía la crepería Tío Gu de Brasilia, quise probar la de Itacaré. Y no me arrepiento. Comí un sabroso crepe de gambas.

Prainha 3
Prainha. Foto: Andréa Milhomem

Tercer día. Hice una excursión de unos 40 minutos que pasaba por la cascada de la Usina y cruzaba un manglar hasta llegar a la playa de Jeribucaçu. ¡Por primera vez, entré en una cascada en la que el agua estaba tibia y me encantó! Comimos jackfruit recogido por nuestro guía directamente del árbol. Cuando llegamos a Jeribucaçu, el guía sugirió que también fuéramos a la playa de Arruda. ¡Me pareció increíble! Antes de llegar a la ciudad, decidimos conocer la cafetería/restaurante Café com Cacau, donde probé el café con cacao y comí un exquisito pastel de cacao. ¡Fue una experiencia divina! Después de un día agotador, fui a cenar al famoso restaurante Jiló. Comí merlán con puré de plátano. ¡Estaba delicioso!

Trilha 2
Manglar. Foto: Andréa Milhomem

Cuarto día. Hice el recorrido “sendero de las cuatro playas de Itacaré”. Comenzamos en la playa de Itacarezinho. En el camino que conduce a la playa hay un mirador con unas vistas impresionantes. Me di un baño y me quité la sal del cuerpo en la cascada natural de agua dulce ubicada en el extremo norte de la playa.

 

Itacarezinho 1
Playa de Itacarezinho. Foto: Andréa Milhomem

Desde allí pasamos a la encantadora playa de Camboinha (o Gamboa, como dicen los lugareños). La playa, que estaba desierta,  no es nada más que una cala rodeada de cocoteros. Fuimos a la playa de Havaizinho, donde nos quedamos una hora. Hay cabañas rústicas que sirven comida y bebidas. Luego fuimos a Engenhoca, donde también nos quedamos una hora. En esa playa había muchos aprendices de surf. Nuestro destino final fue la cascada de Tijuípe, donde almorzamos. Se paga una entrada. Los que llegan acompañados de un guía tienen un pequeño descuento. La cascada es una delicia. Dependiendo de dónde te pongas, te sentirás como si estuvieras en una bañera de hidromasaje. El restaurante no tiene nada de especial. Por la noche cené en el restaurante Marley’s. En este, en cambio, me encantó todo: la comida, el servicio, la cerveza artesanal, el ambiente.

Engenhoca Elton Andrade
Playa Engenhoca. Foto: Elton Andrade

Quinto día. Teniendo en cuenta la sugerencia de Cris, la dueña de la Pousada Bambu, decidí hacer rafting en el río de las Cuentas. Y la verdad es que disfruté mucho de la experiencia. Para mí fue una prueba de superación porque, además del rafting, salté de una roca e hice tirolinas. Tanto Nilton, el guía que me llevó allí, como Juárez, el guía de rafting, fueron muy profesionales. De vuelta a la ciudad, Nilton me llevó a almorzar al restaurante Café com Cacau. Si ya me habían gustado el café y el pastel del otro día, también me encantó la comida ¡Para chuparse los dedos! Esa noche cené en el restaurante Coco Pimenta Gastrobar. En este caso, lo mejor no fue la comida sino la compañía: Cris y una pareja de Sao Paulo que conocí el día anterior.

Salto
Rafting Río de las Cuentas. Foto: Andréa Milhomem

Sexto día. Regresé a la playa de Camboinha con la pareja de São Paulo. El día del viaje a las cuatro playas nos sentimos frustrados por lo poco que aprovechamos este pequeño paraíso. Así que esta vez pasamos un buen rato en el agua charlando y disfrutando del momento. Almorzamos en el restaurante Cabaña Ariramba, en la playa de la Concha. Comimos gambas servidas en coco, farofa de plátano y arroz con mango. ¿Se te ha hecho la boca agua? Te comprendo… Y no puedo negar que la comida estaba muy sabrosa. Pedí una caipirinha de ciruela que también estaba deliciosa. Por la noche cené en el restaurante Manga Rosa con una pareja que conocí en el viaje a Jeribucaçu.

Séptimo día. Me levanté temprano para aprovechar mi último día en la playa de la Concha. Pasé todo el tiempo en el agua, disfrutando del momento. Fui al aeropuerto en un transfer compartido que, otra vez, resultó ser individual.

Echo de menos esa ciudad que me hizo recordar lo sencilla que es la vida.

Havaizinho
Playa Havaizinho. Foto: Andréa Milhomem

Contactos de los prestadores de servicios:

Marcos: (73) 99953-7940

Pousada Bambu: www.pousadabambu.com.br reservas@pousadabambu.com.br

BrazilTripTour: www.braziltriptour.com brazil.triptour@hotmail.com

Café Cacau (km 7, Rod. Ilhéus – Itacaré).

Bahia Turismo https://www.itacarebahiaturismo.com/

Este artículo contó con la valiosa colaboración de Elena Blanco, asistente administrativa de la Embajada de Brasil en Madrid.